MINHA BICICLETA

Não. Ela não era cor de rosa. Não, ela não tinha uma cestinha na frente. E eu não tinha ganhado de aniversário. Minha bicicleta era cinza. Não era minha mas era. Nem me lembro se era do meu pai e de onde surgiu. Só sei que se tornou minha. E como eu gostava daquela bicicleta.
Depois de um tempo nós mudamos de casa. Os portões passaram a ser fechados com cadeado o dia todo. As ruas já não eram mais tranqüilas. E a minha bicicleta cinza ficou encostada num canto da garagem. Não demorou muito e ela foi roubada.
Eis o progresso. Eis a modernidade.
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