A pegadinha da NF Paulista

Não sei se você costuma pedir a nota fiscal paulista e ganhar uma graninha extra a cada 6 meses, como eu, mas vale a dica: fique esperto! A gente sabe que o governo implantou esse programa para que o consumidor faça o trabalho dele, ou seja, evitar a sonegação e fiscalizar. Pra quem não tem nada a temer (ou esconder do governo), é uma vantagem, pois vale o ditado: "o que vier é lucro". 30% do ICMS efetivamente recolhido volta para o consumidor. Simples assim? Nem tanto. Considerando que do total do ICMS recolhido pelo estabelecimento, 30% é rateado entre os consumidores que pediram a nota fiscal paulista, a coisa já muda um pouco de figura. Não é 30% limpo que volta pra você, hehehe. Mas você já deve ter notado que nem tudo que você compra gera crédito. De repente você gastou a maior grana numa mercadoria, pediu a nota fiscal paulista esperando receber um bom crédito, e quando entrou no sistema pra verificar, seu crédito foi ZERO. Sabe por quê? Porque o imposto daquela mercadoria foi pago por substituição tributária. Explicando: a loja comprou o produto do fabricante, e quem pagou o imposto antecipadamente daquilo que a loja ainda vai vender foi o fabricante. Entendeu? Muitas mercadorias estão nesse sistema, como bebidas, combustíveis e perfumaria. Então, quando você compra um perfume no Boticário, a loja não vai pagar ICMS porque a indústria já pagou por substituição tributária. Lembra que o que volta para você é do ICMS efetivamente recolhido? Aí que a loja não recolhe ICMS de produtos com substituição tributária (ou recolhe uma mínima diferença), e consequentemente não gera crédito para você.

Mas isso o governo não conta pra gente! E ele não conta também que tá aumentando a variedade de mercadorias com substituição tributária. Agora me diz: governo brasileiro dá ponto sem nó? É claro que não!

Portanto, eu não peço mais a nota fiscal paulista onde eu sei que não vai gerar crédito. Trabalhar de graça não dá, né?

PS: Ter um pai contador às vezes é bom, rs.